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This Is Me in a Nuttshell

... que é como quem diz, esta aqui sou eu. Rodeada de livros, com música nos ouvidos, com cinema ou séries no ecrã da TV ou Youtube no computador. Não é difícil me fazer feliz. Bem vindos :)

This Is Me in a Nuttshell

... que é como quem diz, esta aqui sou eu. Rodeada de livros, com música nos ouvidos, com cinema ou séries no ecrã da TV ou Youtube no computador. Não é difícil me fazer feliz. Bem vindos :)

Closer

Julho 11, 2017

onesheet

Realizador: Mike Nichols

(adaptação da peça de Patrick Marber de 1997)

Ano: 2004

 

Dan Woolf (Jude Law) é um jornalista especializado em escrita de obituários. Enquanto caminha pela rua, Dan troca olhares com Alice (Natalie Portman), uma jovem americana. Essa troca de olhares resulta num acidente de trânsito de onde sai uma das frases mais marcantes do filme: "Hello stranger!".

Dan está a tentar singrar no mundo da literatura. Durante uma sessão fotográfica com Anna Cameron (Julia Roberts), nasce entre eles uma atracção física. Nessa altura, Dan confessa o seu envolvimento com Alice, o que desagradou profundamente Anna. Perante a rejeição dela, Dan tenta vingar-se e marca um "blind date" com Larry Gray (Clive Owen), um médico. Só que a intenção sai furada e os dois, Anna e Larry, acabam por começar um relacionamento.

Os dois casais cruzam-se mais tarde na apresentação de uma das exposições de fotografia de Anna e a partir daí, as vidas destas quatro pessoas começam a misturar-se de uma forma constante.

 

Canção da Saudade

Julho 09, 2017

Se eu fosse cego amava toda a gente. 

Não é por ti que dormes em meus braços que sinto amor. Eu amo a minha irmã gemea que nasceu sem vida, e amo-a a fantazia-la viva na minha edade. 

Tu, meu amor, que nome é o teu? Dize onde vives, dize onde móras, dize se vives ou se já nasceste. 

Eu amo aquella mão branca dependurada da amurada da galé que partia em busca de outras galés perdidas em mares longissimos. 

Eu amo um sorriso que julgo ter visto em luz do fim-do-dia por entre as gentes apressadas. 

Eu amo aquellas mulheres formosas que indiferentes passaram a meu lado e nunca mais os meus olhos pararam nelas. 

Eu amo os cemiterios - as lágens são espessas vidraças transparentes, e eu vejo deitadas em leitos florídos virgens núas, mulheres bellas rindo-se para mim. 

Eu amo a noite, porque na luz fugida as silhuetas indecisas das mulheres são como as silhuetas indecisas das mulheres que vivem em meus sonhos. Eu amo a lua do lado que eu nunca vi. 

Se eu fosse cego amava toda a gente. 

 

Almada Negreiros, in 'Frisos - Revista Orpheu nº1' 

25º Festival de Curtas Metragens de Vila do Conde

Julho 08, 2017

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Começa hoje e estende-se até ao dia 16 deste mês mais uma edição do Curtas, o Festival de Curtas Metragens de Vila do Conde. A deste ano é especial, o certame cumpre 25 anos e essa efeméride está muito presente em várias actividade paralelas. Abrirá com a antestreia nacional da mais recente obra do realizador finlandês Aki Kaurismäki entitulado "O Outro Lado da Esperança", exibido pela primeira vez no Festival de Cinema de Berlim deste ano.

Tal como em outras edições, a Competição Nacional do Curtas Vila do Conde volta a ser o barómetro da produção portuguesa, com a estreia nacional dos últimos trabalhos de cineastas já habituais no festival e de autores internacionalmente premiados. Já Competição Internacional procura dar a conhecer o que de mais importante e cativante tem surgido no cinema contemporâneo, permitindo acompanhar as mais recentes obras de realizadores já consagrados como Jia Zhangke, Ben Rivers, Yann Gonzalez, entre outros. A Competição Curtinhas prova que o cinema para crianças pode ter um modelo diferente e surpreendente. O festival dedica, inclusive, toda uma secção ao público mais jovem. Além da competição, onde o júri é composto por crianças, o Curtinhas oferece um Espaço Infantil (onde os pais podem deixar os filhos enquanto assistem às sessões de cinema) e oficinas práticas. O Curtinhas arranca no primeiro dia do festival, a 8 de julho, com a exibição de Gru - O Mal Disposto 3. Já a competição Take One! voltará a dar a conhecer os talentos saídos das escolas de cinema. Esta competição premiou, em anos anteriores, os primeiros trabalhos de cineastas como João Salaviza e Leonor Teles.

A secção Stereo, onde a música se funde com o cinema, recebe espetáculos de Mão Morta, Capitão Fausto, Pega Monstro, Evols, Chassol e Atlantic Coast Orchestra.

Como tem sido habitual o Curtas vai dedicar uma sessão de filmes que exploram os territórios de Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Dia 9, às 17h, no Teatro Municipal, serão exibidos os filmes “Vaza” e “Um conto de duas cidades”. “Vaza” conta a história de Vânia, uma adolescente e caxineira como toda a sua família, desde sempre ligada ao mar. “Um conto de duas cidades” é um filme sobre a Póvoa de Varzim nas décadas de 1950 e 1960, visto a partir da sua comunidade piscatória e como estância turística.

A Solar - Galeria de Arte Cinemática inaugura no primeiro dia do certame uma exposição que representa uma nova geração de artistas que procuram estabelecer, a partir de diversas perspetivas, uma reflexão sobre a Terra.

Para além do Teatro Municipal e da Solar – Galeria de Arte Cinemática, o Curtas regressa ao Auditório Municipal, a casa do festival entre 1993 e 2008, com concertos, sessões de cinema abertas ao público e uma exposição fotográfica retrospetiva de realizadores portugueses: “A Glória de Fazer Cinema em Portugal”.

Podem encontrar toda a programação na página oficial do Curtas.

Uma Família Inglesa

Julho 05, 2017

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Autor: Júlio Dinis

Editora: Editorial Comunicação

Ano:1985

 

Fruto das longas e prósperas relações comerciais entre Inglaterra e Portugal, o número de emigrantes vindos do país de Sua Majestade sempre foi elevado. A comunidade que se formou no Porto era uma das maiores do país e é dessa comunidade que faz parte uma das famílias que protagoniza este enredo.

Richard Whitestone é um exemplo perfeito do típico chefe de família inglês. Dono de uma conceituada firma de exportação situada na Rua dos Ingleses, viu-se viúvo muito cedo com dois filhos para criar. Carlos é o bon-vivant, o típico jovem irresponsável que presta pouca atenção às questões familiares, mais preocupado com as acesas discussões filosóficas à mesas dos cafés. Já a irmã, Jenny, assumiu o papel de dona da casa desde a morte da mãe. Muito ponderada e reservada, trabalha incansavelmente para colocar o irmão nas boas graças do pai. Para Mr. Whitestone trabalha Manuel Quintino, seu mais antigo guarda-livros. Também ele viúvo, Quintino é pai de Cecília, uma jovem menina muito próxima de Jenny.

Em plena noite de Carnaval, Carlos e os amigos percorrem alguns dos espaços nocturnos da cidade como o Café Águia d'Ouro ou o Café Guichard, onde vários bailes de Carnaval estão a acontecer. Num desses, Carlos cruza-se com uma misteriosa mascarada com quem entabula conversa a noite toda. Ao insistir em acompanha-la a casa, a mascarada cita o nome de Jenny e Carlos não descansa enquanto não descobre quem é ela.

 "Mas o pensamento humano, quando deveras tomado por uma ideia fixa, em vão se esforça por arrancá-la de si; em vão se desvia para direcções diversas; como um pendor natural o faz voltar de novo a ela." (pág. 302)

Ao contrário de outros escritores da época que retratavam as velhas famílias aristocráticas decadentes ou criticavam os costumes demasiado burgueses da população ou a falência das instituições, Júlio Dinis tem uma visão mais "cor-de-rosa" daquilo que estaria para vir. Viviam-se tempos mais prósperos por isso, este preferia antes enaltecer a iniciativa dos empresários, os esforços dos empreendedores da época. Isso faz com que o texto não tenha um cunho tão realista, como se encontra facilmente em Eça de Queirós, mas antes um sentimento mais idealista. E não há história mais idealista do que aquela para que se inclina o enredo. A menina simples mas trabalhadora que cai nas graças do jovem abastado mas cujo romance sofre sempre uma série de entraves.

"Pelo contrário, ao declinar da tarde, entrava-lhe no coração a nostalgia doméstica: começava a odiar o escritório, a Rua dos Ingleses, o burburinho das praças, e a suspirar, como um expatriado, pela alegria do regresso; extasiava-se em ver de casa o astro do dia, e sumir-se no oceano; espectáculo magnífico ao qual da varanda da sala de jantar assistia com o prazer do espectador que de um camarote de frente presenceia a vista final de glória de um drama sacro." (pág. 199)

Júlio Dinis passa também para a narrativa uma extensa caracterização dos espaços físicos e sociais do Porto, desde as ruas mais comerciais, as zonas de boémia como os teatros ou os cafés na zona onde existe hoje a Praça da Batalha, a zona da Foz ou o bairro onde se concentravam a grande maioria das famílias inglesas que hoje corresponde à zona de Cedofeita. A título de exemplo, o Cemitério dos Ingleses e a Igreja Anglicana existem até aos dias de hoje e ficam junto à Maternidade baptizada precisamente com o nome de Júlio Dinis. Mas a principal mensagem que passa no livro vai de encontro aos cânones morais da época. O mais importante da vida é a família e que o trabalho e a dedicação a uma causa ou uma profissão são o bastante para a redenção de uma pessoa, tornando-a numa pessoa de bem.

One Tree Hill (2003 - 2012)

Julho 03, 2017

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 Há séries de TV que nos ficam na memória por boas razões. Umas pela qualidade do enredo, outras pela qualidade do elenco e há One Tree Hill que me agarrou por uma mistura das duas.

Transmitida entre 2003 e 2012, a série contou com 9 temporadas e teve como grande foco a música. Desde os títulos dos episódios serem todos títulos de músicas, passando por muitas das personagens estarem ligadas à música, One Tree Hill fez-me passar a apreciar novas bandas e novos cantores. Kate Voegelle, Laura Izibor, José Gonzalez e Angels & Airwaves são alguns dos exemplos.

O enredo gira em torno da família Scott. O pai, Dan Scott (Paul Johansson) é um conhecido empresário da cidade que mais tarde vence as eleições municipais. O seu filho é Nathan Scott (James Lafferty), o prodígio da equipa de basket da escola, detentor de todos os grandes records. No entanto, há mais um Scott a dar cartas no basket em Tree Hill. Lucas Scott (Chad Michael Murray) é filho de Dan com Karen Roe (Moira Kelly) mas este nunca o reconheceu como filho legítimo.

Ao longo das temporadas, One Tree Hill debate-se com as questões da adolescência dos dois irmãos, incluindo as encruzilhadas emocionais provocadas pelos romances com Hayley James (Bethany Joy Galleotti), no caso de Nathan; e com Brooke Davies (Sophia Bush) e Peyton Sawyer (Hilarie Burton), no caso de Lucas. Com a passagem das personagens do universo escolar para um universo mais adulto, os temas abordados na série acompanham também essa tendência. Fala-se já sobre emprego, filhos, casamento, relacionamentos frustrados, adopção, consumo de droga e álcool, abandono e até mesmo anorexia.

Só tive pena que uma parte do final da série tivesse uma vibe muito Dawson's Creek... Mas as frases finais fazem-me perdoar essa questão:

"It's the oldest story in the world. One day you're 17 and planning for someday. And then quietly and without you ever really noticing, someday is today. And then someday is yesterday. And this is your life. We spend so much time wanting, persuing, wishing. But ambition is good. Chasing things with integity is good. Dreaming.

If you had a friend you knew you'd never see again, what would you say? If you could do one last thing for someone you love, what would it be? Say it, do it, don't wait. Nothing lasts forever.

Make a wish and place it in your heart. Anything you want. Everything you want. Do you have it? Good. Now believe it can come true. You never know where the next miracle's gonna come from. The next memory. The next smile. the next wish come true. But if you believe that it's right around the corner. And you open your heart and mind to the possibility of it. To the certainty of it. You might just get the thing you're wishing for.

The world is full of magic. You just have to believe in it. So make your wish. Do you have it? Good. Now believe in it. With all your heart."

Poveirinhos

Julho 02, 2017

Poveirinhos! meus velhos pescadores!
Na água quisera com vocês morar:
Trazer o lindo gorro de três cores,
Mestre da lancha Deixem-nos passar!

Far-me-ia outro, que os vossos interiores
De há tantos tempos devem já estar
Calafetados pelo breu das dores,
Como esses pongos em que andais no mar!

Ó meu Pai, não ser eu dos poveirinhos!
Não seres tu, para eu o ser, poveiro,
Mailo irmão do "Senhor de Matosinhos"!

No alto mar, às trovoadas, entre gritos,
Prometermos, Si o barco fori intieiro,
Nossa bela à Sinhora dos Aflitos!
 

 

António Nobre in "Só"

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